sábado, 4 de fevereiro de 2012

Salvador vive dia de medo e mortes com a greve da PM





Salvador viveu ontem um dia de saques, mortes, medo e insegurança com a greve de policiais militares por aumento de soldos. A madrugada foi violenta com a falta de policiamento. Da 1 às 6h45min de verão local, o Governo da Bahia confirmou 18 homicídios na Região Metropolitana da capital, seis a mais que os registrados nas 24 horas de sexta-feira da semana passada. Entre os mortos está o músico da banda Olodum, Denilton Souza Cerqueira, de 34 anos, assassinado a tiros quando voltava para casa de moto. 

Forças federais foram mobilizadas para patrulhar as ruas, mas o medo levou o comércio a fechar suas portas em vários pontos da cidade. Na rua Lima e Silva, uma das principais vias do comércio popular de Salvador, houve saques até durante o dia. Pelo menos quatro lojas foram arrombadas na madrugada.

Às 11 horas locais, uma loja de eletrodomésticos foi invadida por cerca de 50 pessoas. “Foi uma coisa de cinema”, disse o dono de lanchonete Sérgio Luis dos Santos, 33, que viu a ação. “Invadiram a loja e saíram carregando LCDs nas costas”, disse.

Três viaturas da Polícia Militar e uma da Polícia Civil deslocaram-se até o local, mas ninguém foi preso. “Deram até tiro para cima, mas o pessoal correu e fugiu”, afirmou Santos. Em uma loja da rede Laser Eletro, arrombada com uma viga de madeira durante a madrugada, só restaram geladeiras e máquinas de lavar roupas. “Não sobrou nada”, disse o gerente Paulo Alves, 45. “Não sei de quanto foi o prejuízo, mas só reabriremos quando a greve acabar”.

Ainda não há acordo entre o Governo baiano e grevistas para os policiais voltarem ao serviço, apesar de a Justiça ter decretado a paralisação ilegal. O clima no Centro Administrativo da Bahia, que reúne os edifícios-sede dos Três Poderes no Estado e onde os grevistas estão concentrados, estava mais tranquilo ontem. Não havia mais barricadas nas ruas de acesso ao bairro.

Barricadas

Quinta-feira, motoristas de ônibus foram rendidos por grevistas armados e obrigados a entregar os veículos para fazer barricadas no acesso ao Centro Administrativo.

A pedido do governador Jaques Wagner (PT), a presidente Dilma Rousseff mandou a Força Nacional de Segurança Pública e militares das Forças Armadas para reforçar o policiamento no Estado.

De acordo com o Governo, o efetivo extra soma 2.350 homens. Outros 600 deveriam desembarcar na capital ontem. Dilma também despachou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para acompanhar o desenrolar da crise de segurança. Ele chega a Salvador neste sábado. (das agências de notícias)

Por quê

ENTENDA A NOTÍCIA
O movimento de paralisação dos militares no estado da Bahia, diferente do que aconteceu no Ceará, onde predominou mais a sensação de insegurança, já começa a gerar consequências diretas como o aumento no número de mortes e saques ao comércio em plena luz do dia.




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